Diário de Anne Thompson

Sentei-me diante da escrivaninha. A luz da iluminária ia e vinha, inconstante. Era noite. Talvez minha última noite normal. Quer dizer, na medida que minha noites eram normais. Com meus pais mortos por um monstro e meu avô, o caçador que me criou, desaparecido, nunca pude saber o que é ter uma vida comum como sempre me disseram que era, com casa, cachorro e tal. Agora só tenho uma garrafa de vodca como companhia e algumas informações desconexas para começar. A caçada está prestes a começar e dessa vez estou sozinha. Mas hoje vou beber e esperar que tudo não passe de um sonho vívido e que o amanhã nunca chegue.
Porque se chegar, o sangue vai escorrer do inferno...

Tenho andado muito, sem vestígios de ameaças sobrenaturais. Pareço mais uma cantora fracassada que uma caçadora. Não sei se me alegro ou se me desespero.
Espero que Bobby me ligue logo ou de qualquer forma continuarei viajando. Se eu tiver de falhar, não será por omissão minha.